Azedinha
Ana Valentina Angelo
Azedinha
Sob o céu de Figueira VIII
Olá, Figueira!
Você continua linda. É muito bom estar aqui.
É novembro, a cidade está alegre e bem cuidada e seus visitantes se misturam aos figueirenses nos cafés, nas ruas e nas praias.


Fotos: Ana Valentina Angelo
Quem visita a Figueira?
Todos são convidados especiais

Foto: Ana Valentina Angelo

Foto: Cesar Angelo
Tudo é festa!




Fotos: Cesar Angelo
Conforto, segurança e prazer
Chegam cansados, contudo ansiosos por conhecê-la, Figueira. Veja o caso dos ciclistas que viajaram durante dias, vindos do norte da Europa, fazendo o trajeto todo de bicicleta. Estão alegres pela façanha e tudo o que precisam é de um bom banho e descanso.
Abrem a porta, e uma linda orquídea lhes dá as boas vindas. Duas taças e um vinho português os convidam. Uma rede se insinua na varanda… e o mar, lá fora, os espera. Isto é Figueira da Foz.

Fotos: Cesar Angelo
... e o mar convida



Fotos: Cesar Angelo
Até mais, Linda Figueira!

A você que me acompanha nesta coluna, até o próximo contato.
Ana Valentina Angelo
Oxalis pes-caprae a “Azedinha-amarela”
Linda Figueira, vou em direção à Tocha, mas volto hoje mesmo.

É inverno e o sol da manhã convida. A estrada é calma com encostas lindamente atapetadas de amarelo suave; me achego mais e percebo que são as mesmas florzinhas encontradas nos jardins de moradias, nos terrenos reservados para cultivos domésticos e em algumas de suas praças e passarelas, Figueira. A paisagem é encantadora!
Voltei, Figueira! É quase noite. Estaciono meu carro e saio em caminhada observando as matreiras “Azedinha-amarela” que, sentindo a noite chegar, recolhem suas pétalas como se adormecessem. Faço mais descoberta: suas folhas têm o formato de um trevo e não me são estranhas.

Lá, do outro lado do planeta, no hemisfério Sul há uma planta classificada cientificamente como Trifolium repens correspondente à “Azedinha-amarela” portuguesa de tamanho menor e flores minúsculas amarelas ou arroxeadas que o brasileiro denomina de “azedinho” ou “Trevo de quatro folhas”.… eu sei… eu sei, Figueira; como pode ser trevo se tiver quatro folhas! Tem história…. por ser uma anomalia o fenômeno é raro, então, popularmente, é considerado como símbolo de “boa sorte”.
“Além disso, o número quatro é considerado mágico em muitas culturas, por vários motivos: são quatro os pontos cardeais, as estações do ano, os elementos alquímicos (terra, ar, fogo e água) e as fases da Lua….Quatro são as letras do nome de Deus (YHVH, Javé) entre os hebreus; número também dos evangelistas e dos braços da cruz, entre os cristãos.”¹
“Por fim, a soma dos quatro primeiros números resulta em dez, símbolo de completude sagrado para os pitagóricos e, claro, base do sistema decimal”, afirma o filósofo Mário Sérgio Cortella, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), especialista em religiões.²
“Acredita-se que o uso do trevo de quatro folhas como talismã tenha se originado com os druidas, sacerdotes dos celtas, povo que ocupou a Europa no primeiro milênio a.C.”³

Assim, Figueira, com você eu me sinto em casa. Quem sabe eu encontro um trevo de quatro folhas nessa imensidão amarela das encostas figueirenses.
Homens, simplesmente

… e o novo milênio veio
pressões, impressões, presságios
– previsões
e cá estamos nós
a navegar nas ondas da História
– vitória!
fazendo, desfazendo fatos
feitos, afetos, desafetos
– defeitos
sobrevivendo… do nosso jeito
sôfregos? … sóbrios?… sábios?
– imperfeitos!
corpo e mente
amando, amantes, amados
– apaixonados
homens, simplesmente.
Céu azul em Figueira da Foz!

Dia 06 de fevereiro. Inverno… a brisa é friazinha mas o sol, sempre provedor, compensa e deixa a areia da Praia da Claridade irresistível.
Caminho ao lado de outros que, como eu, sabem que não há inverno que impeça apreciação das belezas da Rainha das Praias de Portugal. E, lá vou eu nas longas passarelas de madeira do maior areal urbano do país, até alcançar a praia da Torre do Relógio e depois a Marina com seu colorido único. Como cenário tem-se a ponte Edgar Cardoso – com desenvolvimento total de 1421m – sob a qual o Mondego namora o Atlântico.