Ana Valentina Angelo

Figueira meu amor

Sob o Céu de Figueira I

Figueira da Foz, você me encanta, me acalma, me acalanta.

Miragem?

Da minha janela, espreito você, Figueira. Ao largo da areia branca e fina da Praia da Claridade avisto pequenos barcos perdidos no Atlântico. São tão serenos… seriam reais?

Vista da Praia de Buarcos - Foto: Cesar Angelo

Figueira meu amor, és descanso e tranquilidade

Sossego para descanso, lazer e viver em contato com a natureza e com um povo cortês, cativante, de braços abertos aos que chegam. Não resisti, sou um brasileiro-português.

Turistas?

Ah… o pequeno almoço (o café da manhã, como se diz no Brasil), as padarias apinhadas, o cheiro bom do café com leite, do chocolate quente e, quem sabe, de um vinhozinho até… reúnem turistas! São os convidados especial de Figueira da Foz que se encontram com os figueirenses. É costume da terra! As novidades de dentro e fora de Portugal, mescladas por diversos idiomas se fazem presentes, e se vão
perfilando por expressões pitorescas via palavras e, às vezes, simplesmente gestos, resultando na confraternização de pessoas afins.

Figueira meu amor, és energia e prazer

Hoje me atrevo. Caminho no calçadão da praia de Buarcos até praia da Claridade! Mar tranquilo. Água fria – mas o sol socorre – irresistível. As crianças (miúdos em Portugal) se deliciam. O clima de festa invade a cidade. Tudo é muito colorido, contrastando com o azul fabuloso do mar que encontra o céu no horizonte.

Vivendo a história

Ruas estreitas, construções centenárias quase que sussurram em nossos ouvidos os segredos dos tempos idos; é o Centro Histórico de Figueira da Foz com suas ladeiras que desembocam em praças e alamedas. Um pelourinho melancólico ostenta sua longividade numa placa de metal.

Mensagens na praça

Caminho um pouco mais e estou na praça do grande mercado de São Julião. Árvores frondosas e bancos de madeira com belas mensagens de poetas portugueses gravadas em seus encostos. Dezenas de pombas – tranquilamente – caminham lado a lado com os transeuntes e, surpresa: uma simulada gaivota as acompanha na marcha. Rapidamente fotografo o flagrante e quero mais.

Todas as fotos por Cesar Angelo

Autora: Ana Valentina Angelo

Fotos: Cesar Angelo

Idioma: Português Brasileiro

A autora não pratica as mudanças do Acordo Ortográfico 1990/2009

This Post Has 2 Comments

  1. Flama Reli

    A vida nos leva a percorrer caminhos tortuosos…
    É cúmplice do tempo (que os físicos insistem em dizer que não existe) transforma dissabores em lembranças, amizades em saudades. Os sentimentos vão se atenuando, desbotando até que, como diz o poeta “… e se ao luar, que atua desvairado vem se unir uma música qualquer, aí então é preciso ter cuidado…” as saudades crescem, as cores perdem a opacidade e o rosto fica molhado, de ternura, de pesar ou das perdas que ficaram pelos caminhos tortuosos…
    Sons como os do Les Baxter tocando Unchained Melody ou do Floyd Cramer tocando Wonderland by Night, apertam o coração e dão razão aos físicos…anulam o tempo.

  2. Ana

    Olá, Sr. Comunicador,

    Que privilégio é o meu ter você participando desta coluna (apesar de estar do outro lado do Atlântico) me presenteando com um encantador misto de prosa/poesia em que molda a “ilusão do tempo” de Carlo Rovelli e o soneto de Vinícius de Morais acalantados por Unchained Melody e Wonderland by Night, com a destreza de poucos. Só duas pessoas poderiam ter escrito esse texto: você ou você. Grata

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